Falar de texto é compor uma colcha de retalhos. Foi o Tp mais aplaudido pelos nossos cursistas piritibanos. Parece-me que foi ontem quando iniciamos as formações... Este texto retrata com precisão nossos momentos de discussão e trocas de experiências perante o assunto abordado: Gêneros e tipos textuais. Vejamos:
Texto é uma seqüência verbal (palavras), oral ou escrita, que forma um todo que tem sentido para um determinado grupo de pessoas em uma determinada situação. O texto pode ter uma extensão variável: uma palavra, uma frase ou um conjunto maior de enunciados, mas ele obrigatoriamente necessita de um contexto significativo para existir. Seu nível de linguagem pode ser formal, coloquial, informal, técnico. Para você pensar Você sabia que o conceito de texto não se limita à linguagem verbal (palavras)? O texto pode ter várias dimensões, como o texto cinematográfico, o teatral, o coreográfico (dança e música), o pictórico (pintura), etc.
Tipos textuais referem-se à estrutura composicional do texto. Hoje, admite-se cinco tipos textuais: descrição, narração, dissertação, exposição e injunção. Você sabia: Os textos injutivos são aqueles que indicam procedimentos a serem realizados. Nesses textos, as frases, geralmente, são no modo imperativo. Bons exemplos desse tipo de texto são as receitas e os manuais de instrução.
É muito importante não confundir tipo textual com gênero textual. Os tipos, como foi dito, aparecem em número limitado. Já os gêneros textuais são praticamente infinitos, visto que são textos orais e escritos produzidos por falantes de uma língua em um determinado momento histórico. O gêneros textuais, portanto, são diretamente ligados às práticas sociais. Alguns exemplos de gêneros textuais são carta, bilhete, aula, conferência, e-mail, artigos, entrevistas, discurso etc. Assim, um tipo textual pode aparecer em qualquer gênero textual, da mesma forma que um único gênero pode conter mais de um tipo textual. Uma carta, por exemplo, pode ter passagens narrativas, descritivas, injuntivas e assim por diante.
Gêneros textuais a situação determina qual usar. Gênero de texto refere-se às diferentes formas de expressão textual. Nos estudos da Literatura, temos, por exemplo, poesia, CRÔNICAS, contos, prosa, etc. Os gêneros textuais englobam estes e todos os textos produzidos por usuários de uma língua. Assim, ao lado da crônica , do conto, vamos também identificar a carta pessoal, a conversa telefônica, o email, e tantos outros exemplares de gêneros que circulam em nossa sociedade.
Preste atenção! Piadas, anúncios, poemas, romance, carta de leitor, notícia, biografia... São muitos os gêneros de texto que circulam por aí. São as situações que definem qual utilizar. O que podemos fazer quando queremos: saber como chegar a um endereço desconhecido por nós? Consultar o "guia de ruas" da nossa cidade, ou perguntar a alguém que conhece o trajeto... escolher um filme para ir assistir no cinema? Pesquisar no jornal ou pedir opinião a um amigo... conversar com parentes que estão longe? Telefonar, mandar carta ou e-mail... criar um clima de descontração com amigos? Contar piadas, conversar...
Distrair uma criança? ler um conto de fadas, brincar de adivinhações... Em todas as situações acima, usamos diferentes gêneros de texto (a definição de texto, aliás, é um enunciado verbal que faz sentido em para alguém em determinada situação). Situações diversas, finalidades diversas, diferentes gêneros. Não importa qual o gênero, todo texto pode ser analisado sob três características: O assunto: o que pode ser dito através daquele gênero; O estilo: as palavras, expressões, frases selecionadas e o modo de organizá-las; O formato: a estrutura em que cada agrupamento textual é apresentado.
ensino-aprendizagem de leitura, compreensão e produção de texto pela perspectiva dos gêneros reposiciona o verdadeiro papel do professor de Língua Materna hoje, não mais visto como um especialista em textos literários ou científicos, distantes da realidade e da prática textual do aluno, mas como um especialista nas diferentes modalidades textuais, orais e escritas, de uso social. Assim, o espaço da sala de aula é transformado numa verdadeira oficina de textos de ação social, o que é viabilizado e concretizado pela adoção de algumas estratégias, como enviar uma carta para um aluno de outra classe, fazer um cartão e ofertar a alguém, enviar uma carta de solicitação a um secretário da prefeitura, realizar uma entrevista, etc. Essas atividades, além de diversificar e concretizar os leitores das produções (que agora deixam de ser apenas “leitores visuais”), permitem também a participação direta de todos os alunos e eventualmente de pessoas que fazem parte de suas relações familiares e sociais. A avaliação dessas produções abandona os critérios quase que exclusivamente literários ou gramaticais e desloca seu foco para outro ponto: o bom texto não é aquele que apresenta, ou só apresenta, características literárias, mas aquele que é adequado à situação comunicacional para a qual foi produzido, ou seja, se a escolha do gênero, se a estrutura, o conteúdo, o estilo e o nível de língua estão adequados ao interlocutor e podem cumprir a finalidade do texto.
Acredito que abordando os gêneros a escola está dando ao aluno a oportunidade de se apropriar devidamente de diferentes Gêneros Textuais socialmente utilizados, sabendo movimentar-se no dia-a-dia da interação humana, percebendo que o exercício da linguagem será o lugar da sua constituição como sujeito. A atividade com a língua, assim, favoreceria o exercício da interação humana, da participação social dentro de uma sociedade letrada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário